AVALANCHE – Nico Espinoza – #Hashtag
O trabalho que apresentarei é #hashtag, uma composicção audiovisual para 30 smartphones.
O hashtag(#) é uma espécie de metadado que a sociedade escolhe anexar ao que seja que já está sendo jogado na rede, seja uma post de instagram, facebook, twitter, etc., com o fim de potencializar ainda mais a presença do post. Me resulta interessante o poder amplificador de ideias desse tipo de recurso (movimentos políticos tem sido resultado de um hashtag ), e ao mesmo tempo, o fato de que uma rede social que serve como mediadora dessa ideia está sob controle de uma terceira entidade que não é o transmissor nem o receptor, e que a natureza desse tipo de recurso (o hashtag) facilita o controle e o poder dessa terceira entidade, ou seja amplifica o poder da ideia e ao mesmo tempo amplifica o poder de controle da ideia, uma paradoxa. Existe uma forma real de subverter tal sistema, ou é uma ilusão?
Serão escolhidos trinta temas como resultado de pesquisas sobre o uso de hashtag, e cada tema escolhido vai dar origem a uma lista de hashtags, por exemplo, a lista de hashtags banidos de instagram. De cada lista, um programa escolherá aleatoriamente um subconjunto de palavras, e as palavras serão expostas uma a uma na medida que são “escolhidas”. Quando o processo finaliza começa uma nova iteração, mas a tela se divide em duas partes, e o tempo de exposição da palavra se reduz à metade, processo que se repete em “loop” espalhando as mensagens pela tela, virando uma outra coisa, até que o programa dá um erro e deixa de funcionar. Cada vídeo resultante do processo terá um ruído associado a uma ideia de pressão, a ideia da pressão da informação no espaço limitado da tela, por exemplo um zumbido que se aproxima ao tinnitus(1). O trabalho está pensado para existir na sua plenitude como uma instalação/performance onde os trinta smartphone tocam em loop cada uma das partes ao mesmo tempo.